Visita de Obama tem significado mais simbólico do que prático
O presidente Barack Obama desembarca em Brasília neste sábado em uma viagem cercada de significado simbólico. Depois de dois anos marcados por episódios de irritação mútua entre Brasil e Estados Unidos durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a visita é vista como uma oportunidade de recomeço nas relações bilaterais.
Como observa Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do centro de pesquisas políticas Woodrow Wilson Center, em Washington, está é a primeira vez que o diálogo bilateral começa no mais alto nível, com o presidente americano viajando ao Brasil. Antes, eram sempre os brasileiros, muitas vezes na condição de presidentes-eleitos, que rumavam a Washington.
As visitas de líderes americanos também eram encaradas de maneira diferente pelos brasileiros. "Antigamente, quando o Air Force One (o avião presidencial dos Estados Unidos) aterrissava em Brasília, parecia que Deus estava chegando", brinca Sotero.
O fato de Obama fazer a viagem no início do mandato de Dilma Rousseff indica, para alguns analistas, não somente a disposição de ambos em retomar a relação, mas também o novo papel do Brasil no mundo, deixando a condição de emergente, com economia forte e atuação destacada em temas não apenas regionais, mas globais.
Se o Brasil antes era visto apenas como parte da América Latina, nesta viagem terá uma agenda separada, com discussões em torno de questões como arquitetura financeira mundial, mudanças climáticas, segurança alimentar e governança. Os temas regionais serão deixados para o Chile e El Salvador, que completam o roteito de Obama.
"Não há dúvida em Washington de que o Brasil é um ator global de grande importância", disse a analista Julia Sweig, do Council on Foreign Relations, em entrevista à BBC Brasil nesta semana.
O presidente americano também chega ao Brasil com o objetivo de ampliar o comércio e os investimentos bilaterais e de olho no potencial energético do país, especialmente após as descobertas de petróleo na camada do pré-sal.
Mas apesar de todo o simbolismo, poucos apostam em resultados práticos imediatos. O mais esperado deles seria o apoio público de Obama à ambição brasileira de conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, assim como o oferecido a outro grande emergente, a Índia, em visita no ano passado.
O endosso americano poderia coroar a pretensão do Brasil de ocupar um papel de mais importância no cenário global. No entanto, alguns analistas consideram essa uma expectativa alta demais.
O mais provável é que apenas seja incluída no comunicado final da visita uma referência à necessidade de reformar o Conselho de Segurança.
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Dilminha, a pupila do Lula, deve espelhar-se em como ser um "PRESIDENTE", OBAMA. Esppero que o governo Dilma não seja outro fiasco como o do Lula