Dois anos depois, fechamento de Guantánamo parece cada vez mais distante
Dois anos depois de ter assinado um decreto determinando o fechamento - em um prazo de 12 meses - da prisão militar americana da Baía de Guantánamo, em Cuba, o presidente Barack Obama parece cada vez mais distante de cumprir aquela que foi uma de suas promessas de campanha.
O presidente americano acaba de revogar a suspensão de julgamentos militares para os detentos, em vigor havia dois anos. Também anunciou novos procedimentos para manter encarcerados indivíduos sem acusação formal ou condenação, mas considerados perigosos. Eles terão seus casos revisados, segundo a Casa Branca.
Prometeu ainda que não haverá tratamento "desumano ou cruel" na prisão - que se tornou símbolo de abuso de direitos humanos por suas técnicas de interrogatório e por manter suspeitos de terrorismo presos sem acusação formal.
Obama disse que continua comprometido com o fechamento de Guantánamo e com o julgamento de suspeitos de terrorismo em tribunais civis. Hoje a prisão abriga 172 detentos - já foram mais de 700.
Mas os planos do presidente esbarram na resistência do Congresso e de parte da opinião pública. A ideia de trazer suspeitos de terrorismo para julgamento em território americano provocou polêmica e críticas daqueles que diziam temer um aumento dos riscos para os cidadãos do país.
A transferência de prisioneiros de Guantánamo para julgamento nos Estados Unidos acabou bloqueada pelo Congresso - medida que interrompeu os planos do governo de julgar o suposto mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheikh Mohammed, em um tribunal civil.
A decisão desta semana foi encarada por alguns como uma derrota para Obama, após suas promessas de início de mandato. No momento em que já começa a movimentação para as eleições presidenciais de 2012, poucos acreditam que o presidente irá arriscar alguma medida que possa aumentar a polêmica sobre o tema.
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Mais uma vez Obama quebra promessas de campanha. Ele tem preferido ficar ao lado do ideal republicano, repartindo o bolo com banqueiros que fizeram a crise, repetindo, com nuances hollywoodianas o governo Bush. Só falta invadir a Líbia...
Obama não manda nada.