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A mancha na testa do vice de Obama

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Alessandra Correa | 18:20, quarta-feira, 17 fevereiro 2010

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bidenafp466.jpgMuita gente ficou intrigada quando o vice-presidente dos Estados Unidos apareceu para trabalhar nesta quarta-feira com uma grande mancha escura na testa.

Alguns americanos chegaram a se perguntar se Joe Biden havia se machucado. Na verdade, o novo visual está relacionado à tradição da Quarta-feira de Cinzas em certos países, em que o padre, na missa, marca a testa dos fiéis com cinza, ritual seguido à risca por Biden, que é o primeiro católico a ocupar o posto.

Mas apesar da motivação religiosa, razões não faltam para que o vice de Barack Obama carregue uma expressão mais sombria nos últimos dias, e a mancha bem que poderia ser de preocupação com o futuro de seu partido.

Uma sucessão de más notícias vem aumentando o temor de que o Partido Democrata possa perder o controle do Senado nas eleições legislativas de novembro, em que parte do Congresso será renovada.

A última foi a decisão do senador Evan Bayh, de Indiana, de não concorrer a um terceiro mandato na eleição em que aparecia como favorito, o que aumenta as chances de que sua cadeira acabe nas mãos do partido rival.

Bayh é o quinto senador democrata a desistir de buscar a reeleição e disse que tomou a decisão porque está decepcionado com o Congresso, uma declaração que tem provocado extensas discussões e análises na imprensa americana.

A notícia chega enquanto os democratas ainda tentam digerir a derrota histórica que sofreram no mês passado, ao perderem para o republicano Scott Brown uma eleição em Massachusetts para a vaga no Senado que pertencia a Ted Kennedy, morto em 2009.

Deixar o controle do Senado nas mãos dos republicanos pode tornar ainda mais difícil a vida de Obama, em um momento em que enfrenta queda de popularidade, alta taxa de desemprego e a polêmica em torno de sua proposta de reforma da saúde, que se arrasta pelo Congresso.

Mas muita coisa pode acontecer até novembro, e ainda é cedo para apostar em uma troca de comando. Mesmo assim, os republicanos já se animam com a ideia e começam a se articular para a batalha.

Nesta terça-feira, líderes do partido se reuniram com representantes do Tea Party, o movimento conservador que vem ganhando crescente atenção nos Estados Unidos.

O Tea Party faz questão de deixar claro que não pertence a nenhum partido, e o caráter um tanto radical do movimento é encarado com cautela por setores republicanos.

Mas muitos no partido já estão convencidos de que pegar carona na popularidade do movimento pode ser crucial nas eleições de novembro.

PS: Esse post marca minha estreia no Direto dos EUA. A partir de hoje, passo a dividir com vocês este espaço, substituindo meu colega Bruno Garcez, que está de volta ao Brasil.

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