Tranquem as crianças!
Façam seus deveres de casa, se esforcem na escola, não respondam ao professor, não matem aulas e lavem as mãos com frequência.
Essas são algumas das mensagens contidas no discurso do presidente Barack Obama dirigido às crianças americanas.
A data do pronunciamento, esta terça-feira, coincide com a volta às aulas em todo o país.
O teor do discurso só foi revelado pela Casa Branca na segunda-feira.
Mas semanas antes de se saber qualquer coisa a respeito do conteúdo, os conservadores de todo o país já haviam se colocado em pé de guerra.
Eles acusavam o líder americano de estar tentando doutrinar suas crianças e de procurar passar uma mensagem socialista, em defesa de seu projeto de reforma de Saúde.
Mas no que eles se baseavam exatamente para fazer tais acusações? Um mistério.
É bem verdade que a secretaria de Educação cometeu um deslize, ao pedir que alunos escrevesem ao presidente dos Estados Unidos, indagando de que maneira eles poderiam ajudar o líder americano.
Pronto, bastou isso. Eis que, mesmo sem se saber uma única vírgula do que Obama falaria, já havia a suspeita de que um movimento de lavagem cerebral nas crianças americanas estava a pleno vapor.
Outro mistério é se, de fato, os conservadores que vieram a público dizer que temiam pela corrupção da infância americana tinham mesmo esses temores ou estavam só tentando incitar outros a pensar dessa maneira.
Mas a ação deles parece estar em sintonia com outras coisas que vêm acontecendo por todo o país nos últimos dias.
Como um senhor que compareceu com uma arma automática AR-15 a uma das assembléias populares comandadas pelo líder americano, o pastor batista que disse rezar para que Obama morra ou as sucessivas reportagens exibidas no programa de Glenn Beck, no qual ele mostra obscuras milícias negras que vêm surgindo nos Estados Unidos para defender o governo do primeiro líder afro-americano dos Estados Unidos.
Quem parece ter melhor identificado o que está se passando foi uma moça que fez uma intervenção tresloucada em uma dessas assembléias populares, ao dizer que não queria viver em um país como a Rússia e que o governo democrata havia ''despertado o monstro''.
A jovem em questão tinha argumentos dignos de um interno de hospital psiquiátrico, mas ela parece ter identificado o que está se passando.