Brasil adia por 60 dias início da retaliação aos EUA
O Brasil adiou por mais 60 dias o início da retaliação comercial contra os Estados Unidos.
O novo prazo já estava previsto, e foi fechado nesta terça-feira entre o embaixador do Brasil junto à OMC, Roberto Azevedo, e o subsecretário americano de Agricultura, James Miller, em um encontro em Punta del Este, onde participavam de uma reunião ministerial do Grupo de Cairns (de países exportadores agrícolas).
O último ponto ainda pendente para o novo adiamento era a definição de um fundo no valor anual de US$ 147,3 milhões (cerca de R$ 260 milhões) para projetos ligados à produção brasileira de algodão.
Os Estados Unidos já haviam cumprido os outros dois pontos de uma contraproposta que apresentaram ao governo brasileiro no início do mês.
Um deles era a abertura de consulta pública sobre propsota de regulamentação para importação de carnes de Santa Catarina, anunciada na última sexta-feira.
O outro era o congelamento da liberação de garantias de créditos à exportação agrícola previstas para este ano.
Agora, os dois países deverão se dedicar a aprofundar as negociações para chegar a um entendimento que evite por completo a retaliação.
O Brasil foi autorizado pela OMC a retaliar os Estados Unidos no valor de US$ 829 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) por causa dos subsídios concedidos pelo governo americano a seus produtores de algodão.
As medidas previstas pelo governo brasileiro incluem sobretaxas a lista de produtos importados dos Estados Unidos e possível suspensão de direitos de propriedade intelectual de outra lista de produtos.
Desde o anúncio da intenção de retaliar os Estados Unidos, porém, o governo brasileiro vem dizendo que prefere uma solução negociada.